Mitologia Hindu
A mitologia hindu inicia com o imanifestado (Adhinatha), que se manifesta trindade Brahma,Vishnu e Shiva, unidade na pluralidade.
Na mitologia hindu incluem-se todas as possibilidades: deuses, semi-deuses, seres celestiais, anjos, demônios e vampiros cujas sagas e peripécias serviram desde antiguidade para alimentar o imaginário e os ideais do ser humano.
Apesar desta inegável multiplicidade, o hinduísmo não é tão politeísta quanto aparenta; tirar essa conclusão seria tão leviano como concluir, olhando para o santoral cristão, que o cristianismo é politeísta.
O hinduísmo, tem uma base filosófica dividida em dharshanas (pontos de vista), mas até certo ponto termina a lógica e começa o imaginário de difícil determinação. Vale apenas ressaltar que, para os indianos não é mitologia, é Fé. A fé cristã é também vista como mito para eles.
Brama, também conhecido pela grafia Brahma, é o primeiro deus da Trimurti, a trindade do hinduísmo, que forma junto com Vishnu e Shiva.
Brama é considerado pelos hindus a representação da força criadora ativa no universo.
A visão de universo pelos hindus é cíclica. Depois que um universo é destruído por Shiva, Vishnu se encontra dormindo e flutuando no oceano primordial. Quando o próximo universo está para ser criado, Brama aparece montado num Lótus, que brotou do umbigo de Vishnu e recria todo o universo.
Depois que Brama cria o universo, ele permanece em existência por um dia de Brama, que vem a ser aproximadamente 4.320.000.000 anos em termos de calendário hindu. Quando Brama vai dormir, após o fim do dia, o mundo e tudo que nele existe é consumido pelo fogo, quando ele acorda de novo, ele recria toda a criação, e assim sucessivamente, até que se completem 100 anos de Brama, quando esse dia chegar, Brama vai deixar de existir, e todos os outros deuses e todo o universo vão ser dissolvidos de volta para seus elementos constituintes.
Shiva é o destruidor. Na verdade ele destrói para construir algo novo, assim, prefiro chamá-lo de "renovador" ou "transformador". Suas primeiras representações surgiram no neolítico (4.000 a.C.) na forma de Pashupati, o Senhor dos Animais. A criação do Yoga é atribuída a ele e o Yoga é uma prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, está intimamente ligado ao deus da transformação. Shiva é o deus supremo (Mahadeva), o pacífico (Shankara) e o benevolente, onde reside toda a alegria (Shambo ou Shambhu)
Lakshmi é uma Deusa do amor e da beleza, da sorte, da prosperidade e do sucesso. No hindu moderno é representada como uma jovem de longos cabelos negros brilhantes e soltos, vestindo um sari (vestido típico das mulheres da Índia) vermelho com bordados dourados e usando diversas jóias como: colares, braceletes, pingentes e um aro no nariz com incrustações. Em sua cabeça ostenta uma coroa (Mitra) que representa o Monte Meru, a "Morada dos Deuses", que se vê circundada por um aro de luz que simboliza a Luz Solar. Em suas diferentes representações, pode mostrar-se com uma tez escura, ressaltando seu caráter de consorte de Vishnu; quando sua tez é da cor dourada, simboliza fonte de riqueza; se é branca, é a forma mais pura de Prakriti (da natureza); se a tez é rosada, se mostra como a Mãe de todas as criaturas.
Apesar dela aparecer em inúmeras ilustrações com quatro braços, é normalmente representada apenas com dois, segurando uma flor de lótus, ou sentada sobre ela com um cântaro que jorra moedas de ouro e flanqueada por dois elefantes. Normalmente nos templos da Índia, Lakhshmi está em pé ao lado de seu consorte, o Deus Vishnu, o segundo membro da trimurti hindu. A Trimurti ("tripla estátua"), ou trindade, da divindade hindu consiste de: Brahma, Vishnu e Shiva.
Ganesha - ou Ganesh - é o deus do sucesso e superação de obstáculos, mas é também associado com a visão, aprendizado, prudência e força. Como deus do sucesso, seu nome é invocado no início de um evento importante. Como removedor de obstáculos, ele é invocado ao começo de qualquer jornada, casamento, ritos religiosos, construção de casas, a escrita de um livro ou mesmo uma carta. Há dois mitos sobre seu nascimento e como ele se veio a ter a cabeça de um elefante. Um mito relata que sua mãe, Parvati, deu à luz quando seu marido, Shiva, não estava em casa.
Durga representa a força do ser supremo que preserva a ordem moral e a correção da criação. A palavra sânscrita durga significa a força ou o lugar protegido, difícil de ser alcançado.
Durga, também chamada de divina mãe, protege da ação dos demônios e da miséria. Ela destrói as forças do mal como inveja, ira e orgulho.
Sua adoração é muito popular entre os hindus. Ela é chamada de muitos outros nomes, como Parvati, Ambika e Kali. Na forma de Parvati, ela é conhecida como a divina esposa do deus Shiva e a mãe de seus filhos, Ganesha e Karttikeya.
Para conhecer mais sobre Durga sob a forma de Parvati e seu relacionamento com Shiva, acesse a história de Parvati.
Kali é a forma agressiva e tempestuosa de Parvati. Seu aparecimento é um mecanismo de defesa para uma situação extremamente difícil, que exige uma personalidade sanguinária para sua resolução.
Pode-se dizer que Kali é a deusa ideal para contrabalancear situações difíceis, períodos de transição abrupta, eras catastróficas e de crise espiritual e material. Sua representação reflete esse espírito cataclísmico: sangue, caveiras e uma expressão demoníaca.
Kali está presente em nossa era, a Kaliyuga (era de Kali), por ser um período de conflito, incerteza espiritual, desastres e descrenças.
Parvati é uma divindade largamente idolatrada pelos hindus. É conhecida como cônjuge de Shiva e mãe de Ganesha. Por este motivo, aqui explicamos seu aparecimento e sua interação com eles. Parvati é uma das formas da deusa Shakti, especialmente criada para seduzir Shiva.
Sarasvati é a divindade hindu responsável pela proteção daqueles que lidam com a arte e o conhecimento. É a deusa de todas as artes: música, pintura, escultura, dança e escrita, e sua origem remonta aos Vedas. Ela é representada como uma jovem de tez clara tocando cítara - um típico instrumento musical hindu de cordas. Em sua representação está presente, muitas vezes, uma flor de lótus branca. É a deusa da eloqüencia, e as palavras fluem a partir dela como uma rio florido e doce. Um mito desta divindade é que ela é rival da deusa da força, Lashmi. Sarasvati é conhecida por ser extremamente benevolente e gentil com os pedidos de seus seguidores, e por este motivo é conhecida como realizadora de desejos.
Nos Vedas, seu nome é o mesmo do extinto rio Sarasvati, uma das mais ancestrais relações da mitologia indiana. Em um sentido simbólico ela sugere a sacralidade inerente nos rios ou na água em geral. Ela é conhecida por sua generosidade, fertilidade e riquezas. Suas águas fertilizam a terra, para que essa possa produzir. Sarasvati representa pureza, como a água: principalmente água corrente. As margens do rio eram sagradas também para finalidades rituais.
Vishnu:Normalmente representado como um lindo jovem montado em uma enorme águia, é um deus suave e companheiro. Sua função é salvar e redimir o mundo, utilizando sua força de preservação e sustentação. Originalmente relacionado com o sol, Vishnu é o preservador do universo e a encarnação do amor, verdade, ordem e compaixão. Para seus adoradores, ele é o ser supremo, do qual tudo emana. Cavalga sobre Garuda, o pássaro fabuloso, ou descansa sobre Ananta, a serpente cósmica. A fim de restaurar o equilíbrio cósmico, Vishnu encarnou na terra em nove avatares, ou encarnações, algumas humanas, outras animais. A décima encarnação ainda está por vir.
Vishnu é considerado como o aspecto maior de deus no hinduísmo e na mitologia indiana. Ele é tido como o preservador do universo, enquanto os dois outros aspectos de deuses, Brahma e Shiva, são considerados os criadores e destruidores do universo, respectivamente. Os seguidores de Vishnu são chamados Vaishnavites.
Como preservador do cosmos, Vishnu mantém as leis do universo. Ao contrário de Shiva, que freqüentemente busca refúgio na floresta para meditar, Vishnu constantemente participa de conquistas amorosas.
Quanto a ordem prevalece no universo, Vishnu dorme nas colinas de Sesha, ordenados dos Nagas. Assim como Sesha flutua através do oceano cósmico dando sustentação à Vishnu, o universo surge do sonho de Vishnu. Mas quando há desequilíbrio no universo, Vishnu se utiliza de seu veículo, Garuda, e guerreia com as forças do caos, ou ele envia um de seus avatares (ou encarnações) para salvar o mundo.