Mabon em várias Culturas

09-03-2011 10:42

Foi deste festival antigo que surgiu o conhecido Thanksgivin, que com o passar dos anos é festejado agora na última quinta-feira de Novembro na América. Esta festa anuncia o fim das colheitas e o agradecimento aos deuses pelas dádivas das boas colheitas concedidas.

 

Na Antiga Roma, festejava-se o Deus Liber, da fertilidade e Ceres, a Deusa das colheitas. Os camponeses iam até Roma levando as uvas das suas vindimas, para os grandes festejos, cantando, dançando e fazendo espectáculos exuberantes. Tudo podia acontecer nestas festas devido ao muito consumo do vinho do ano anterior, (pois o do ano ainda era sumo de uva). Com o passar do tempo Liber foi assimilado a Baco, deus da embriaguez mítica, do vinho e dos prazeres... Nestas ocasiões muitos jovens cidadãos faziam o ritual das passagens de idade, de criança a adulto, sob os augúrios favoráveis de fertilidade e faziam pela primeira vez a barba.

 

Na tradição árabe, era época de procissão a Muzdalifah, perto de Meca, para celebrar Qusah. A cidade tem uma colina na qual no topo ardia um fogo sagrado. Qusah é o Deus do trovão, que cria trovões com o seu arco. Ele aparecia no topo da colina saído do fogo sagrado para escorraçar o demónio do sol e por fim a sua opressão, secas, restrições de água e calores insuportáveis… Mesmo não havendo provas precisas, diz-se que a população o ajudava mandando pedras ao demónio do sol. Invocavam também este Deus para que trouxesse chuvas e fertilidade depois do período difícil de verão. Ainda hoje em Árabe Qusah significa arco iris.

 

Na tradição Nórdica, é a época do regresso para os que viajavam em drakares pelo mar. O tempo começa a ficar mau em alto mar e as tempestades são muito mais frequentes. As expedições que decidiam não regressar a casa precisavam de acampar num local seguro e preparar o acampamento, lenha, peles, provisões precisavam serem aprovisionadas e era preciso meterem se rapidamente ao trabalho, antes que fosse tarde de mais. Para os que ficavam em terra era igualmente o tempo de colher e armazenar as ultimas colheitas e prepararem se para o frio que se apróxima.

 

Para os celtas celebra-se a lenda de (Mabon ap Modron), ele é o filho jovem, a juventude divina, o filho da luz. Mordron é a Grande mãe, a própria natureza. 3 Dias depois do seu nascimento, Mabon, é raptado. A Sua mãe Modron chora… no entanto Ele regressa novamente no mundo mágico de Modron, o seu ventre, (a Terra), para tornar-se numa nova semente Esse é um lugar nutridor e encantado, mas ao mesmo tempo repleto de desafios, para que Mabon possa nascer através de sua mãe como campeão, o filho da Luz. Mabon é salvo quando aprende a sabedoria dos mais antigos e sábios animais sagrados, o melro, o cervo, a águia, a coruja e o salmão.

Também é um festival de Avalon, que literalmente significa a ilha das maçãs, daí a importância das maçãs nesta época.

A lenda de Cerrydwen também é comum nesta época por ser a Deusa da transformação De uma certa forma, Gwion, (“ O Brilhante”), representa o Sol que é “engolido” pela noite que se estende com a chegada do Inverno. Ele surge do mar como o do “Fronte Luminoso” do Sol, nos primeiros dias do verão em Beltane. No nosso ser interior, Gwyon representa a nossa essência, que se manifesta por uma luz brilhante. O nosso “Eu” pessoal gira a volta da luz no centro de nosso ser, como a Terra gira em volta da orbita solar. A morte e o renascimento de Gwyon, como poeta vidente, evocado nos rituais de iniciação nas escolas dos mistérios no fim da antiguidade, onde o aprendiz descia ao reino da Grande Deusa, que recebe o espírito dos mortos e lhes concede uma nova vida.

 

Para os Gregos simboliza o retorno da Deusa Persefone ao submundo. Na mitologia grega e romana, o Outono começa quando Persefone/Proserpina regressa para o submundo para viver com o seu consorte Hades/Plutão. Este raptou-a quando colhia flores na primavera e levou-a par ao seu reino, a mãe Demeter/Ceres, desesperada moveu os mundos a procura da sua filha até que Zeus/Júpiter, rei do Olimpo se impusesse. Este então decidiu que Meio ano Persefone/Proserpina estaria na terra junto com sua mãe, e a outra metade do ano viveria no submundo junto de seu consorte.

 

Consta que foi Alex Sanders, o fundador da wicca Alexandrina que deu o nome de Mabon a este equinócio. 

 

*Pesquisa realizada por Rhaid Druantia